19 de julho de 2011

Adeus


"Umas 8 horas vou ai",  você disse, quem dera fosse uma visita como de outrora, mas dessa vez era uma despedida. Me chamou do portão no horário marcado, fazia certo tempo que não me chamava, e ficaria mais um bom tempo sem chamar... Conversávamos sobre coisas comuns, enquanto o tempo passava e o nó na garganta só aumentava.
Eu sabia que esse dia e esse momento chegariam, eu sabia que teria de abraça-lo forte pra suportar todos os meses seguintes sem ti... Eu sabia que seria difícil, mas não pensei que fosse dessa maneira. Enquanto você fingia estar tudo bem, eu só queria gritar pro mundo inteiro ouvir que nada estaria bem sem você aqui. Enquanto você me fazia o melhor cafuné do mundo, eu só queria ficar ali pra sempre, sem precisar de adeus. Meu silêncio era só resultado da falta de coragem de dizer que eu realmente queria que as coisas tivessem sido diferentes, e que tivesse dado certo. Meu silêncio enquanto ouvia você me falar de seus planos pro futuro, e me colocar neles como de costume.
Foi você quem pediu pra passar esses ultimos dias ao meu lado. E bem que eu te disse que a despedida seria pior... Já você preferiu adiar a saudade, como você sempre prefere.
Você me abraça de tal modo como se tudo fosse acabar no dia seguinte... e iria. E eu olho pra você, sem saber o porque eu parei de te querer por perto, sem saber o porque você sempre consegue me ter de volta. E, como resposta, nossos olhos se encontram e você me diz 'eu te amo', e nada mais no mundo importa, ninguém mais no mundo importa.
"Melhor você ir", digo, melhor acabar logo com isso. Voltou uma dezena de vezes. Último abraço - melhor abraço do mundo. Segura minha mão até não alcançar mais. "Apaga a luz quando descer?", só pra parecer que era um dia normal e que você voltaria semana que vem. Último aceno. Adeus.
"What will be will be."